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Arquitetos: azab
- Área: 90 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Luis Diaz Diaz
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Fabricantes: Berker, Cinca, Etap Lighting, HAY, Ikea, Kvadrat, Roca, Sancal
Descrição enviada pela equipe de projeto. A configuração original, localizada nas margens de Bilbao, está inserida em um elegante edifício racionalista projetado por Hilario Imaz na década de 1960, onde através de sua planta semi-circular, conecta-se ao exterior com aberturas generosas que giram de norte a sul no sentido anti-horário. O que é proposto nessa reforma é uma uma abordagem não tendenciosa do doméstico, onde o espaço se afasta dessa ideia clássica de sucessão de espaços segregados especializados, quebrando os padrões obsoletos de servidor servido, dia-noite e público-privado. A ideia principal era conseguir um espaço generoso e contínuo, sem hierarquia ou distribuição, associado a técnicas e objetos descontextualizados, onde o fio comum é o humor, sempre pronto para apropriações imprevisíveis do espaço, capazes de satisfazer a ideia de domesticidade de seus habitantes.
Para isso, a construção é limitada ao máximo, reduzindo a arquitetura a um tamanho e organização cuidadosa dos objetos que, devido à sua qualificação cromática, à distância dos atributos originais ou ao caráter desregulado, atuam como ativadores dos espaços que os cerca, permitindo um estilo de construção e de vida aberta e libertadora. Sendo assim, entendendo que a essência da proposta reside nessa apropriação objetiva, buscando afastar-se das determinações funcionalistas para obter um espaço generoso e indeterminado, propõe-se o seguinte: Reciclagem e bricolage como técnicas de construção em dois pisos: primeiramente considera-se um reciclado em mármore que anteriormente ocupava a cozinha e que é recuperado e usado como marcação de caminho que acompanha, enfatiza a direciona o piso; em seguida considera-se a inserção de um compensado de madeira fresco e de baixo custo.
O reforço estrutural de aço se coloca como objeto central da casa, introduzido entre os pilares, são relevantes tanto esteticamente quanto como objeto, atuando como: estante, acumulador de lembranças e objetos, lâmpada noturna e brinquedo, é tudo e não é nada.
A cortina como elemento separador contínuo da casa, minimiza o interior-exterior que separa armários, despensa e banheiros, introduzindo conotações teatrais e lúdicas e convidam o habitante a se apresentar com ela, mudar o espaço e brincar com os mistérios, contradições e Paradoxos de que a privacidade nos oferece além da moralidade. O uso da cor como um fio comum para atributos domésticos: uma perna de apoio de mesa amarela, um pequeno nicho celeste que recolhe os brinquedos do pequeno morador, um nariz rosa, dois tubos verdes que resgatam uma bancada velha feito de mármore e duas portas azuis que, arrancadas da divisória de apoio, se mostram objetos estranhos.